Nada mais justo que a sociedade brasileira se organizar para a defesa do meio ambiente. Louvável também a atitude de intelectuais e artistas em apoiar a causa. Todavia, na condição de formadores de opinião, aos quais estão abertas câmaras e microfones de redes de rádio e televisão, redações de revistas e jornais, até pelo ibope que propiciam, esses intelectuais e artistas precisam de falar mais com a razão que com a emoção. Não tinha em mente escrever um texto sobre esse assunto antes de que a presidente Dilma Rousseff o sancionasse. Todavia, não me contive. O deputado federal Luiz Carlos Heise, RS, levantou uma questão de suma importância em relação ao projeto de lei aprovado no legislativo. Por que o proprietário rural que comprou e pagou por sua propriedade é que terá que arcar financeiramente com custo da ampliação da metragem das matas ciliares de rios brasileiros? Um estudo apresentado pelo deputado aponta o custo de 5 mil reais por hectare. E não é só isso, também o gasto com cerca de arame, uma vez que pelo projeto a área não poderá servir ao uso de qualquer criação doméstica. No Brasil os projetos de lei são apresentados de maneira surreal. Ou, tomando por referência um país de primeiro mundo após a viagem do político por lá; Ora, tentando dar expressão a um devaneio do subconsciente sem controle exercido pela razão. Por que não o Estado, empresas estatais ou mesmo os bancos que acharcam a sociedade brasileira com suas taxas de serviços e juros? Por que não a própria sociedade? Por que não ex-estatais que foram vendidas a preços de bananas e pagas com 'moeda podres' ou bondosos empréstimos junto ao BNDES? Qual foi o lucro liquido dos bancos? Da Petrobrás? Da Vale? Ou, estrangeiros que palpitam nesse país através de Organizações não-governamentais, por que não? Até quando aquele que garante a estabilidade econômica participará como vilão na história da sociedade brasileira?
Luiz Humberto Carrião